O Gambito da Rainha (2020) | Crítica

Sobre a Minissérie:

O Gambito da Rainha é uma minissérie de 7 episódios, criada por Scott Frank e Allan Scott, e lançada em 2020 pela Netflix. Foi baseada no livro The Queen’s Gambit, de Walter Tevis.

A história se passa nas décadas de 1950 e 1960, e vai girar em torno de Elizabeth “Beth” Harmon (Anya Taylor-Joy), uma criança que foi parar num orfanato após a morte da mãe. Em meio à sua adaptação, ela acaba se viciando em pílulas tranquilizantes que o orfanato dava para as crianças, a ponto de ficar em abstinência quando não tomava.

Explorando o lugar, Beth acaba indo parar na sala do zelador, o Sr. Shaibel (Bill Camp). Ela fica intrigada quando o vê jogando xadrez sozinho e pede para ele ensiná-la, ao que ele aceita e os dois percebem que Beth é nada menos do que um prodígio do xadrez, aprendendo e desenvolvendo habilidades nas jogadas que impressionam.

Os anos passam e Beth é adotada por um casal. Em meio à sua nova vida, ela começa a participar de torneios de xadrez e a vencer constantemente, ganhando destaque e notoriedade entre a comunidade de enxadristas. Ela faz amizade com outros jogadores e aprende muito com todos eles, mas à medida que Beth alcança o topo do sucesso no jogo, sua dependência no álcool e nas drogas ameaça levá-la para baixo.

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Minha Opinião:

Essa minissérie estreou fazendo bastante sucesso na Netflix em novembro de 2020, sendo muito comentada durante semanas e dando bastante destaque à atriz Anya Taylor-Joy que brilhou no papel da enxadrista Beth. O nível de qualidade é muito alto, típico do streaming vermelho, e que me fez sentir saudades de voltar a jogar xadrez do jeito que eu jogava quando era criança – mas sem a parte de ser prodígio, haha.

São muitos os temas que a história traz dignos de reflexão como o absurdo que era dar tranquilizante para as crianças nos orfanatos nos anos 50 (o chocante é que isso acontecia de verdade), a desigualdade de gênero, o abuso de substâncias químicas, o patriarcado forte da época e o abandono parental.

Xadrez nem sempre é competitivo. Xadrez pode ser lindo (...). É um mundo inteiro dentro de 64 quadrados. Eu me sinto segura nela. Eu posso controlá-lo. Eu posso dominá-lo. E é previsível, então se eu me machucar, eu só tenho que culpar a mim mesma.

É muito interessante e instigante observar a protagonista Beth que desde nova se mostra ser tão excelente no xadrez, deixando a gente de queixo caído com suas jogadas precisas e certeiras. Acompanhamos sua carreira no xadrez decolando e seu sucesso de tornando mundial ao passo em que precisa lidar também com seus vícios que vão se agravando. O final é daquele tipo que te deixa completamente tenso. Tudo na vida da Beth levou àquele momento tão decisivo e você fica sem conseguir relaxar até descobrir se ela vai conseguir conquistar o que tanto queria ou não.

É interessante como uma série sobre xadrez consegue trazer uma adrenalina bem construída das várias partidas, conseguindo divertir o telespectador até mesmo com jogadas previsíveis. Trata-se de mais uma produção impecável da Netflix, passando pelo roteiro, escolha dos atores, cenários, figurinos e ambientação. É sempre um grande prazer assistir histórias femininas de superação. E a atriz Anya Taylor-Joy está perfeita no papel, conseguindo trazer os olhares, frieza e calculismo da personagem na medida certa.

Homens vão surgir e querer te ensinar coisas. Você os deixa fazerem isso e depois vai lá e faz aquilo que você sente que deve fazer.

Essa foi a melhor minissérie que eu assisti em 2020, como falei no post Melhores do Ano 2020. Também é uma série que foi bastante aclamada pelo público e recebeu diversos prêmios e elogios em toda parte. Mais do que merecido!

O GAMBITO DA RAINHA

Criação: Scott Frank e Allan Scott

Emissora: Netflix

Ano: 2020

Temporadas: 1 | Episódios: 7 | Duração: 46-67 minutos

Gênero: Drama

Sinopse: Em um orfanato nos anos 50, Beth Harmon se revela uma garota-prodígio do xadrez. Agora aos 22 anos, ela embarca em uma jornada para se tornar a maior jogadora do mundo, e quanto mais aprimora suas habilidades no tabuleiro, mais vai precisar lutar contra seu vício e a ideia de uma fura daquilo tudo que lhe parece tão tentadora.