Depois da tempestade, a calmaria

Primeira foto de 2024. Por fora: arrumada pra ir almoçar na casa da prima. Por dentro: arrasada.

Sempre gostei de falar sobre a minha vida aqui no blog, escrever sobre qualquer coisa que eu sentisse vontade porque sempre me fez muito bem botar no papel as coisas que eu estivesse sentindo, tanto boas quanto ruins. O texto de hoje é um desabafo sobre o qual eu precisava escrever, contar o que vinha acontecendo comigo nos últimos tempos, como uma forma de tirar de dentro de mim esse sentimento ruim e soltar, me livrar dele.

Desde dezembro de 2023 que eu não tenho estado muito bem, psicologicamente falando, e essa situação foi piorando cada vez mais com o passar do tempo, o que fez com que o meu final de 2023 e início de 2024 não fossem muito bons. Não vou entrar em muitos detalhes, mas eu me chateei bastante com uma pessoa que sempre foi muito importante pra mim, motivo pelo qual eu me afetei tanto, e o pior é que eu não soube lidar muito bem com isso.

Eu comecei a ficar cada vez mais triste, mas foi num nível tão grande que essa tristeza superou a minha vontade de comer e de dormir, simplesmente a fome e o sono não eram tão importantes assim pra eu dar atenção, e o resultado é que eu emagreci bastante em janeiro e fiquei só pele e osso, o corpo muito fraco. E também não estava conseguindo dormir direito, todos os dias eu só conseguir ir dormir às 2h e acordava sozinha às 4h ou 5h da madrugada, e precisava ficar assistindo stories ou vídeos aleatórios no Youtube unicamente para distrair a cabeça, pra não ficar pensando na tristeza, enquanto esperava o sono voltar e eu dormir de novo.

Claro que eu tentei falar com essa pessoa esse tempo todo, dizendo que não estava bem e precisávamos conversar por videochamada, uma vez que moramos longe um do outro e não tinha como ser pessoalmente, mas essa pessoa sempre tinha alguma desculpa para adiar essa conversa, então fui enrolada por quase 2 meses.

Eu já sou uma pessoa naturalmente ansiosa, mas isso piorou, comecei a ter crises de ansiedade, sentia o coração disparado, as mãos tremendo e até dificuldade pra respirar. Levava um tempo até eu conseguir me acalmar e voltar a ficar bem. Tudo isso porque eu estava muito angustiada e frustrada, queria conversar urgentemente com essa pessoa pra resolver logo essa situação, mas aparentemente eu não era prioridade na vida dele.

Precisei buscar ajuda profissional pela primeira vez na minha vida. Conversei com uma terapeuta e contei tudo o que estava acontecendo enquanto me acabava de chorar, eu acho que eu precisava muito desabafar com alguém. Ela me disse que ainda é cedo pra ter certeza, mas por tudo o que ela ouviu, ela acredita que estou com princípio de depressão.

Finalmente em fevereiro eu simplesmente não aguentei mais, então num belo dia eu mandei mensagem para aquela pessoa dizendo que, ou a gente conversava naquela semana, ou nunca mais conversaríamos. Foi só depois que eu dei essa “ameaçada” é que ele concordou e marcamos um dia que ambos estivéssemos livres.

Foram algumas horas em que eu falei tudo o que estava me incomodando com relação às atitudes dele, e que isso só me afetou bastante porque nós éramos muito importantes um para o outro há 6 anos (pelo menos é o que eu sinto e é o que ele sempre me disse). Desabafamos, argumentamos, tentamos chegar a um equilíbrio em vão.

Parte da minha tristeza era porque eu tinha decidido que iria cortar essa pessoa da minha vida. Eu não queria fazer isso em hipótese alguma, chorei bastante quando tomei essa decisão, mas eu também sabia que eu não iria melhorar nunca enquanto estivéssemos em contato, e eu PRECISAVA melhorar a qualquer custo. Claro que ele argumentou fortemente contra isso. Ele achava que nós conseguiríamos nos resolver, encontrar um equilíbrio, porque sempre nos resolvemos conversando, mas não dessa vez.

Por fim eu pedi pra ele não entrar mais em contato comigo porque não tem como reverter aquilo que me deixou chateada a princípio, nós dois sabemos disso. Ele disse que respeitaria a minha vontade, claro, mas que ficaria bem triste com isso. Eu só agradeci por ele entender e dei adeus.

É claro que agora eu estou muito pra baixo porque tudo acabou de acontecer, estou no meio do olho do furacão, mas o que me consola é que AGORA SIM eu vou conseguir ficar bem com o tempo, aos poucos. Melhor do que o jeito como eu estava antes dessa conversa, quando ainda não havia nenhuma perspectiva de melhora.

Quero seguir em frente com a minha vida, fazer as coisas que eu gosto, focar em mim mesma, voltar a me alimentar direito, começar a praticar exercícios físicos e deixar para trás aquilo que não estava me fazendo bem. E tenho certeza de que, minha mente estando em paz, vou conseguir dormir melhor a noite também.

Um passo de cada vez. Dar tempo ao tempo.


3 comments

  1. Há algo que faz muito bem de vez em quando: ser egoísta. Pensar primeiro em você, segundo em você, aí depois sim você pensa em alguma outra coisa ou outro alguém. Não há razão ou lógica no mundo que explique o sentimento de 'sofrer por outra pessoa'. É simples: se não te quer, tem quem queira. E assim segue a vida... fique bem!

    P.S. se possível, fuja dos vídeos curtos (reels/stories/youtube shorts) - isso só atrofia o nosso cérebro. Saudações!

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  2. a ausência indefinida de pessoas próximas-importantes vai consumindo a gente né? essa coisa de não definir espaços, deixar sentimentos no ar, não parecer se importar o suficiente. acho tão mais doído do que quando se corta um laço seco e friamente.

    por mais que doa todo esse processo, que bom que consegues visualizar a urgência em voltar a tua energia, teu tempo, tua força pra si. pra ficar bem e leve na medida do possível, mesmo que pouco a pouco.

    sinta-se abraçada! ❤️

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  3. Renata, espero que esteja melhor agora.
    Passei por um situação parecida, uns bons anos atrás e lhe entendo perfeitamente, machuca agora, mas depois passa e a gente segue em frente.
    Se era alguém que te machucava manter por perto, então o melhor que fez foi se afastar, não dá para ficar próximo de alguém que não vai saber te respeitar.

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