Sobre a Série:
Round 6 é uma série sul-coreana de drama e thriller que foi criada por Hwang Dong-hyuk e lançada em 2021 pela Netflix. Foi concluída em 2025 com três temporadas.
A série vai contar a história de 456 pessoas muito endividadas na Coréia do Sul que são convidadas para arriscar suas vidas em um misterioso jogo de sobrevivência com consequências fatais que é composto por seis brincadeiras infantis (seis “rounds”, daí o título em português), que disputam um prêmio de 45,6 bilhões de won (cerca de R$ 167 milhões), que vai se acumulando ao longo das mortes.
Nós acompanhamos o protagonista Seong Gi-hun (Lee Jung-jae), um homem com dificuldades financeiras que recebe o convite desse jogo e aceita participar, se tornando o jogador 456. Ao longo dos jogos infantis mortais, alianças e rivalidades se formam. Gi-hun reencontra Cho Sang-woo (Park Hae-soo), seu amigo de infância, jogador 218, e cria laços com Kang Sae-byeok (HoYeon Jung), jogadora 067, uma refugiada norte-coreana, e Oh Il-nam (Oh Yeong-su), jogador 001, um idoso aparentemente frágil. A tensão cresce a cada desafio, enquanto todos tentam sobreviver física e emocionalmente.
Paralelamente, a série também apresenta personagens de fora da competição, como o policial Hwang Jun-ho (Wi Ha-joon) que tenta investigar o paradeiro de seu irmão desaparecido. Conforme ele se infiltra no local dos jogos, descobre que a organização é muito mais complexa, rica e secreta do que parece. Ao longo da história, segredos sobre os responsáveis pelos jogos começam a se revelar, e os participantes se veem cada vez mais envolvidos em dileas morais e escolhas impossíveis.
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Minha Opinião:
Round 6 foi uma dessas séries que fez um absoluto sucesso quando estreou na Netflix em 2021 e passou a ser muito comentada e elogiada nas redes sociais, então claro que eu, movida pela curiosidade como sempre, não poderia deixar de conferir para entender o motivo de tanto hype. E de fato a história me prendeu e impactou bastante, sendo muito envolvente.
Trata-se de uma série cheia de críticas sociais da sociedade muito interessantes e que convidam à reflexão. Junto a isso uma produção com qualidade muito impressionante. A direção de arte está sensacional, com cenários coloridos, chamativos e infantis, em absoluto contraste com o que acontece ali dentro. Os atores deram um show de atuação, conseguindo entregar drama, felicidade, raiva, horror na medida certa, consegui sentir claramente a angústia que cada um vivia de forma coletiva e pessoal. O roteiro foi muito bem escrito e planejado, a maneira como a história se desenrola prende muito a atenção do público do começo ao fim, com reviravoltas surpreendentes.
Particularmente achei inovador e inesperado o fato de os jogos deixarem os competidores escolherem se queriam continuar jogando ou não, muitas histórias de terror não dão essa escolha (Jogos Mortais por exemplo). Era de se esperar que as pessoas escolhessem ir embora, principalmente depois de presenciarem o famoso primeiro jogo Batatinha 1-2-3, mas mais surpresa ainda eu fiquei quando as pessoas escolheram voltar por vontade própria, embora eu entendesse os motivos. Aqui o roteiro inteligente já me ganhou.
A 1ª temporada foi primorosa para mim, o que me fez aguardar ansiosamente pela estreia da 2ª e 3ª temporadas, que foram gravadas juntas e seriam lançadas com poucos meses de diferença entre uma e outra. Ao assistir ambas, nota-se claramente que se trata de apenas uma temporada que foi dividida em duas partes e chamadas de “temporada 2” e “temporada 3”. Isso afetou o ritmo e a coesão narrativa da série, além de apresentar uma conclusão não muito satisfatória.
Após a rebelião que não deu certo no final da 2ª temporada, esperávamos uma consequência grandiosa e à altura na 3ª temporada, mas quase não houve isso, com os jogos seguindo normalmente como se nada tivesse acontecido, sem impacto nenhum. O próprio protagonista Gi-hun se entrega à derrota, totalmente desesperançoso, apático, inútil. Sua única motivação se torna o bebê que ele precisa salvar, abandonando totalmente os planos que ele tinha de acabar com os jogos sádicos e tudo o que ele passou até ali.
A trama do policial Jun-ho procurando o irmão durante toda a série foi o mais revoltante para mim porque não resultou em absolutamente nada. Ele passou duas temporadas inteiras procurando a ilha onde os jogos aconteciam para não rolar nem um confronto final entre ele e o irmão, então não serviu de nada toda a jornada dele, poderia estar fora da série tranquilamente que nem faria falta.
E algumas cenas foram propositalmente feitas para serem óbvias e autoexplicativas, com o intuito de embarcar o público específico que assiste à série como uma segunda tela enquanto mexe no celular, segundo uma pesquisa que fizeram. Isso ficou bem evidente na 3ª temporada, com o roteiro girando em círculos.
A história terminou, mas não acabou. Como sempre, a Netflix deixou uma ponta em aberto para uma possível continuação, um spin-off, uma versão ocidentalizada e estadunidense daquela obra que surgiu em outro país que não o deles.
Round 6 foi um fenômeno cultural global, mostrando o que uma produção de língua não-inglesa poderia alcançar na Netflix, e esse feito é de se tirar o chapéu. Apesar do final não muito satisfatório, ainda assim continua sendo muito válida toda a crítica social que a série apresenta, nos mostrando a dura realidade da natureza humana sob pressão.
Criação: Hwang Dong-hyuk
Emissora: Netflix
Ano: 2021-2025
Temporadas: 3 | Episódios: 22 | Duração: 60 minutos
Gênero: Drama, Mistério, Suspense, Thriller
Sinopse: Em Round 6, centenas de pessoas endividadas aceitam participar de um enigmático torneio com promessas de um prêmio milionário. Ao chegarem ao local, descobrem que os jogos infantis propostos têm consequências mortais. Entre alianças frágeis e traições, cada participante revela sua história e suas motivações. A competição expõe o lado mais sombrio da desigualdade e do desespero humano. Enquanto o jogo avança, a pressão psicológica cresce e coloca todos no limite.









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